Quando o assunto é a criação dos bebês, parecem existir tantas regras que muitos pais ficam confusos sobre como devem agir, especialmente os de “primeira viagem”.
A criação com apego, cujo nome original é “attachment parenting”, é um movimento norte-americano, que se popularizou há cerca de duas décadas, com o pediatra William Sears.
Veja a seguir quais são os seus princípios e como ela pode ser adotada na prática.
O que é criação com apego?
Na posição de mãe ou pai, você certamente já ouviu que não se pode deixar o bebê dormir na cama dos pais ou que é preciso estabelecer bem os horários das mamadas, caso contrário, a criança fica “manhosa” ou “mimada”.
A ideia da criação com apego vai justamente contra isso: William Sears e os outros especialistas que compartilham desse movimento, dizem que:
- O bebê pode mamar quando quiser (em livre demanda);
- Dormir na cama dos pais (cama compartilhada);
- Ser pego no colo também quando sentir necessidade;
E que isso não irá prejudicar a sua formação, ao contrário: atender às necessidades da criança de confiança, empatia e afeição irá promover a base para uma vida repleta de relacionamentos saudáveis no futuro.
Quando a criação com apego surgiu?
Embora Sears tenha popularizado o movimento, ele começou a ser estudado muito antes.
O primeiro a propor a teoria foi John Bowlby, psiquiatra e psicanalista de origem britânica, que se destacou muito por voltar seu trabalho ao desenvolvimento infantil.
Na década de 1950, ele utilizou a palavra “apego” para se referir ao fato de que o bebê precisa desenvolver um vínculo com a pessoa que cuida dele, na maioria dos casos, a mãe.
Segundo Bowlby, os pais deveriam se mostrar emocionalmente disponíveis para atender às necessidades da criança, olhando para elas com mais sensibilidade e menos técnica, ou seja, observando aquilo que ela realmente precisa e não se limitar a regras do tipo “não pegar o bebê no colo quando ele chorar”.
Como aplicar a criação com apego na prática?
Os pais que desejam adotar a criação com apego devem ter como princípio básico o respeito às características e necessidades que são próprias de um bebê ou criança.
Por exemplo: seu filho não vai querer colo para o resto da vida, essa é uma forma de ele se sentir protegido e amado enquanto é pequeno, algo que ele busca naturalmente. Então, não há motivos para não atender isso.
Existem preceitos científicos que endossam a teoria do apego.
Um deles diz que quando uma pessoa recebe um cuidado mais afetuoso e sensível durante a infância, existe uma estrutura cerebral que aumenta, chamada de hipocampo.
Com isso, esse indivíduo cresce com um comportamento emocional mais saudável.
Os psicólogos dizem ainda que os bebês não possuem a habilidade de esperar, eles ainda não desenvolveram a estrutura emocional necessária pra isso e, por esse motivo, suas necessidades devem ser atendidas de prontidão.
Um bebê que tem suas necessidades atendidas se sente seguro e protegido, e isso influenciará em sua autoconfiança quando for um adulto.
Assim, se você é do tipo que não concorda em deixar a criança chorar ao invés de pegá-la no colo ou se acredita que o bebê pode ser amamentado até quando ele quiser, agora sabe que existe uma teoria defendida por profissionais que apoiam essas ideias.
Por fim, a criação com apego ajuda o bebê a estabelecer e fortalecer laços sentimentais, o que dificilmente vai trazer alguma consequência negativa.